A concorrência é desleal. Um
levantamento feito pelo último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), em 2010, revelou que a diferença entre os
sexos na capital mineira é assustadora: são 150 mil mulheres a mais que
homens, o equivalente à população total de Poços de Caldas. Na faixa dos
15 aos 29 anos, fase em que geralmente os casais se unem, o número cai
para 16 mil. Mesmo assim, a redução não é animadora.
— Com um número grande de mulheres bonitas e
interessantes, o homem vai para o mais fácil. Como tem muita mulher,
fica mais fácil para o homem, ele não precisa procurar, se desgastar
tanto.
A fala é de uma jovem de 20 anos que, tão nova, já se
vê perdida nesse mar de mulheres que é BH. Nem mesmo estudar
engenharia, um curso em que a maioria dos estudantes é homem, ajuda
Manuela Tiradentes.
— Eles te vêem como amiga. Apesar de ter muito homem,
é difícil. Os homens daqui estão a fim de pegar alguém, vão para
balada, escolhem a mulher mais bonita, que tem corpo melhor, e ficam. Se
estiverem afim, continuam por um mês e depois param. É difícil ter
alguém para conquistar.
Além de perceber uma grande número de mulheres
disponíveis na cidade, Renata Rebuitti, de 19 anos, ainda ressalta a
beleza das mineiras, o que acirra mais ainda a concorrência. Solteira há
um ano e meio, a estudante de medicina acha que o grande problema é a
falta de atitude dos mineiros, que "ficam lá parados. Quando resolvem
tomar uma atitude, fazem algo fraco, não chegam para conversar, são
muito parados".
— Minhas colegas de outros estados ficam horrorizadas
porque os homens daqui são muito devagar. Acham que estão podendo, aí
não fazem nada mesmo. A mulher que tem que dar sinais para o cara, tem
que ter atitude. Aqui, você tem que demonstrar que está interessada,
senão ele vai ficar no canto dele para sempre.
O problema não é conseguir um cara
na balada em BH, segundo a estudante de matemática Franciane Mayla. A
jovem de 22 anos diz que ficar sem compromisso é fácil, a grande
dificuldade é levar um relacionamento adiante.
— Eu acho que o grau de dificuldade está
especificamente no que as meninas querem. Os meninos não estão atendendo
os pedidos das meninas. Na faixa etária dos 20, eles não pensam nisso.
Elas amadruecem mais rápido, e eles não querem.
Com tanta mulher na pista, Franciane também acha que
as mineiras estão fáceis, e os "meninos generalizaram isso, não levam
nada a sério. As meninas ficam prejudicadas para ter um relacionamento
sério. Quando a menina tenta estender, eles ficam recuando, receosos".
Fonte: R7
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